esse tempo dez anos de governo, fez mudanças consideráveis no país,
mas não soube trabalhar a renovação a partir da transição geracional,
o desgaste e esgotamento das lideranças que construíram esse partido.
A conjuntura da criação do PT para os dias de hoje é diferente, o que
muitas vezes dificulta o entendimento de parte dos companheiros sobre
a configuração atual da juventude que não conseguem enxergar que a
dinâmica, a organização e as necessidades, enfim a pauta política da
juventude é outra, e continuam a exigir da juventude o comportamento e
atuação da época de fundação do partido.
Compreender a juventude dos dias atuais, suas bandeiras, visões e
formas de organização e um desafio sobre o qual devemos nos debruçar
de forma urgente, quais suas principais dificuldades, qual a
ferramenta usam para se comunicarem, o que entendem em ser jovem. São
perguntas que teremos que responder para que consigamos fazer um
diálogo real e aberto com a juventude brasileira.
No último congresso nacional do PT foi aprovada a proposta que coloca
20% das vagas do diretório para os/as jovens, não negamos a
importância desse avanço, porem sabemos que isso não garante a
participação efetiva da juventude, uma vez que podemos cair na
armadilha do juventudismo, nos preocupando apenas em cumprir a cota
sem trabalhar a formação e qualificação dos quadros que devem assumir
esse espaço. Se não debatermos seriamente a importância, da
qualificação dos militantes petistas em especial de nossa juventude,
estaremos comprometendo todo legado politico do partido acumulado
durante esses anos e nos condenando a morte.
Para que o PT não perca o debate ideológico e preciso investir
seriamente na formação e organização de seus militantes, rompendo com
a linha politica adotada pela atual maioria, que privilegia a
quantidade e não a qualidade, formando um exercito de “botellas
vazias” incapazes de sustentar a disputa ideológica e construir e
assegurar a sustentação necessária para nossas politicas e governos.
Os militantes precisam de acumulo teórico para entenderem o nosso
objetivo, saberem que rumo seguir e terem embasamento teórico para a
luta, só conseguiremos fazer a verdadeira revolução quando tivermos
militantes convictos ideologicamente, por isso não podemos perder de
vista a necessidade dos espaços de debates, estudos e formulações.
Bárbara Hora e Fabiana Rocha